Hipnose e Hipnoterapia

Hipnose e Hipnoterapia

O que é hipnose ou transe?

Hipnose é um método de comunicação que induz um transe ou um estado semelhante a transe. A hipnose pode ser conduzida por um indivíduo dirigindo-se a outro, ou ela pode ser conduzida pelo self (auto-hipnose). O transe é um estado de ocorrência natural no qual a atenção de alguém é estreitamente focada e relativamente livre de distrações. A atenção pode ser focada tanto internamente (nos pensamentos – diálogo interno ou imagens ou em ambos) ou externamente (por exemplo numa tarefa, um livro, um filme). O foco de atenção é tão estreito que outro estímulo no ambiente é ignorado ou bloqueado fora da consciência por um tempo. Exemplos de estados de transes são o “sonhar de olhos abertos” e algumas formas de meditação.

A hipnose pode ajudar os clientes entrarem em estados de transe relaxados, confortáveis para obter resultados terapêuticos específicos. Com a hipnose clínica, o terapeuta pode fazer sugestões esboçadas para ajudar o cliente a formular processos específicos internos (sensações, memórias, imagens e diálogo interno) que conduzam a resultados mutuamente combinados.

Sugestões hipnóticas podem influenciar o comportamento quando o ouvinte estiver:

(a) relaxado, receptivo e aberto a sugestões

(b) experimentando representações visuais, auditivas e cinestésicas das sugestões

(c) esperando e pressentindo que essas sugestões irão resultar em resultados futuros.

Esses três critérios são facilitados pelo uso dos “padrões de linguagem hipnótica”. Esses padrões incluem: visualização dirigida, histórias, memórias dirigidas, analogias, palavras ou frases ambíguas, repetições e afirmações sobre associação, significado e causa efeito.

Mitos e concepções errôneas sobre a hipnose

Hipnose não é controle mental ou lavagem cerebral. Durante toda a vida as pessoas mudam as suas mentes e ações. Quando essas mudanças ocorrem como resultado da exposição a informações específicas, é porque essa informação foi apresentada através da persuasão e da influência. Um hipnoterapeuta usa métodos comunicativos para influenciar resultados positivos. Durante o transe, você não está imobilizado. Você sabe exatamente onde está durante o tempo todo. Você pode ajustar a sua posição, se coçar, espirrar ou tossir. Você pode abrir os olhos e mesmo sair do transe na hora que quiser. Durante o transe, você ainda pode ouvir os sons à sua volta, como a campainha do telefone. Você pode ficar alerta e reagir a qualquer situação que precise da sua imediata atenção. Você permanece orientado como pessoa, lugar e tempo. Você pode até mesmo manter uma conversa durante o transe.

Transe não é um sono, apesar de que algumas pessoas ficam tão relaxadas que podem adormecer. Isso não é problema porque alguma parte da sua mente continua a ouvir a voz do hipnoterapeuta. As pessoas dormindo no transe ainda podem seguir as instruções como mover um dedo, fazer uma respiração profunda ou despertar quando for dito para fazer isso.

Não existe uma maneira “certa” de experimentar o transe. Uma pessoa pode experimentá-lo como uma sensação profunda, um descanso muito pesado enquanto outras experimentam isso como uma sensação leve, como flutuando. Algumas pessoas ouvem cada palavra falada pelo terapeuta, enquanto outras permitem que suas mentes sejam levadas para outros pensamentos. Algumas experimentam uma imaginação vívida e outras não. Algumas recordam as sugestões que ouviram e outras não. A experiência hipnótica de cada pessoa é única.

A hipnose não pode mandar que alguém faça algo contra a sua vontade ou que contrarie seus valores. Em primeiro lugar é eticamente exigido que o hipnoterapeuta faça somente sugestões que apoiem resultados previamente combinados. Segundo, os clientes não são receptivos a sugestões que vão contra sua moral ou valores – porque a receptividade é um dos ingredientes do sucesso na hipnose.

Lembre-se: a hipnose não pode solucionar todos os problemas. Mesmo com a hipnose, ainda pode ser necessário que você faça algum planejamento e pesquisa conscienciosa sobre que espécie de mudanças quer alcançar. Você ainda deve tomar outras medidas para obter os resultados. A hipnose não é a cura para tudo. A hipnose pode ser efetiva em muitos casos, mas não há garantia que qualquer abordagem terapêutica (incluindo a hipnoterapia) possa ser bem-sucedida para todos.

Riscos e precauções

A hipnose traz poucos riscos. Ela pode ser contra indicada para indivíduos com certos problemas médicos, para quem está abusando ativamente de drogas ou álcool ou ainda para quem está desiludido ou alucinado. A hipnose não deve ser usada para problemas físicos, como dor, a menos que o cliente tenha consultado anteriormente um médico para determinar causas físicas encobertas.

Métodos hipnóticos convencionais não são recomendados para crianças muito jovens porque elas podem carecer da atenção necessária. Contudo métodos de tratamentos mais interativos podem ser usados: a arte como terapia, jogos, narração de histórias e visualização dirigida, durante a qual podem ser feitas sugestões úteis para a criança.

Muitas vezes é solicitada a hipnose com o propósito de descobrir memórias da infância. Sob esse aspecto a hipnose pode ou não funcionar. Quando realmente as memórias vem à tona, o cliente pode ter tido uma “falsa memória” e não há garantia de que essas memórias sejam acuradas ou baseadas na realidade. Entretanto, em alguns casos, essas memórias podem ser desconfortáveis ou aflitivas.

Algumas vezes depois de um trabalho de transe, o cliente pode se sentir um pouco letárgico. O terapeuta e o cliente podem trabalhar juntos para se certificarem de que o cliente está totalmente alerta e suficientemente energizado para deixar o escritório do terapeuta e continuar a sua atividade diária.

Hipnose Ericksoniana

O tipo de hipnoterapia mais frequentemente praticado na psicoterapia de hoje é a “Hipnose Ericksoniana”, assim chamada por causa de Milton H. Erickson, M.D. Dos anos 30 aos 80 do século passado, o Dr. Erickson exerceu muita influência ao trazer o uso da hipnose clínica para os campos da medicina e da psicoterapia. Ele ensinou e praticou uma espécie de hipnose que era branda, permissiva e respeitosa ao cliente. Ele publicou os primeiros artigos e monografias sobre o uso terapêutico da hipnose. Centenas de livros e artigos foram escritos sobre o Dr. Erickson e seus métodos. O Dr. Erickson foi considerado como o primeiro hipnoterapeuta do mundo.

Aplicações da hipnoterapia

A hipnose tem muitas aplicações nos ambientes terapêuticos. Entre elas:

Aumento de confiança
Relaxamento durante o parto
Tratamento de fobias, medos e ansiedade
Desordem e distúrbios no sono
Problemas interpessoais
Depressão
Dificuldades sexuais
Queixas psicossomáticas
Alívio pós-traumático
Controle da dor
Gerenciamento do estresse
Controle de hábitos
Desempenho acadêmico
Desempenho atlético
Ajuda nas transições da vida
Preparação para procedimentos médicos e dentais
Bloqueios na motivação e criatividade
Tratamento de luto e perdas

Judy E. Pearson, Ph.D., NBCCH, é Diretora do Conselho Nacional para Hipnoterapeutas Clínicos Certificados. 


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